🎙 Trechos da entrevista do Ministro dos Negócios Estrangeiros da Federação da Rússia, Sergey Lavrov, à agência de notícias Rossiya Segodnya (5 de novembro de 2024)
❓ Pergunta: Qual é a sua avaliação do resultado da cúpula do BRICS e da conclusão da presidência do BRICS pela Rússia? Quais países são atualmente parceiros do BRICS? O que esse status significa na prática?
💬 Sergey Lavrov: A XVI Cúpula do #BRICS em Kazan foi, sem exagero, um dos eventos internacionais marcantes não apenas deste ano, mas também de todos os tempos recentes. Sua realização bem-sucedida destacou claramente a falta de sentido das tentativas de isolar a Rússia internacionalmente, empreendidas por nossos oponentes de política externa como um dos elementos de pressão sobre nosso país. A convite do Presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin, delegações de 35 países da Ásia, África, Oriente Médio, Europa e América Latina, chefes de órgãos executivos das Nações Unidas, do Estado da União, da União Econômica da Eurásia (#UEE), da CEI, da Cooperação de Xangai (#OCX) e o Presidente do Novo Banco de Desenvolvimento vieram a Kazan. <...>
As conversas dos líderes do BRICS e seu segmento de alcance ampliado/BRICS Plus permitiram uma troca de opiniões sobre todas as principais questões internacionais. Em vista do novo agravamento no Oriente Médio, foi dada atenção especial à questão da resolução de conflitos nessa região estrategicamente importante. Também foram consideradas as perspectivas de interação entre os membros do BRICS e o Sul Global no interesse do desenvolvimento compartilhado e da segurança indivisível.
A presidência russa do BRICS continua até o final do ano de 2024. A Cúpula de Kazan foi, sem dúvida, o ponto culminante do nosso termo na presidência do BRICS, pois deu aos líderes a oportunidade de resumir pessoalmente os resultados do trabalho realizado e delinear planos para o futuro. Tanto os resultados quanto os planos estão claramente refletidos no documento conjunto adotado na cúpula — a Declaração de Kazan. <...>
Gostaria de chamar a atenção para as cláusulas da declaração que tratam da adaptação do sistema monetário e financeiro global às realidades atuais, referindo-se ao aumento do papel dos países em desenvolvimento, ao aprimoramento de sua cooperação interbancária, ao aumento da participação das moedas nacionais nas liquidações e à criação de plataformas de pagamento independentes e mecanismos de seguro no BRICS. Todas essas direções levam, em última análise, à formação de um circuito de liquidação e pagamento que não está exposto a riscos externos, e isso, como sentimos na cúpula, está atraindo cada vez mais a atenção de um número crescente de países não ocidentais. <...>
Agora, com relação à categoria de Estados Parceiros. A Cúpula aprovou seus parâmetros. Continuamos a coordenar o trabalho nessa área. Esperamos tornar públicos seus resultados durante nossa presidência antes do final deste ano.
#BRICS2024
❓ Pergunta: Qual é a sua avaliação do resultado da cúpula do BRICS e da conclusão da presidência do BRICS pela Rússia? Quais países são atualmente parceiros do BRICS? O que esse status significa na prática?
💬 Sergey Lavrov: A XVI Cúpula do #BRICS em Kazan foi, sem exagero, um dos eventos internacionais marcantes não apenas deste ano, mas também de todos os tempos recentes. Sua realização bem-sucedida destacou claramente a falta de sentido das tentativas de isolar a Rússia internacionalmente, empreendidas por nossos oponentes de política externa como um dos elementos de pressão sobre nosso país. A convite do Presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin, delegações de 35 países da Ásia, África, Oriente Médio, Europa e América Latina, chefes de órgãos executivos das Nações Unidas, do Estado da União, da União Econômica da Eurásia (#UEE), da CEI, da Cooperação de Xangai (#OCX) e o Presidente do Novo Banco de Desenvolvimento vieram a Kazan. <...>
As conversas dos líderes do BRICS e seu segmento de alcance ampliado/BRICS Plus permitiram uma troca de opiniões sobre todas as principais questões internacionais. Em vista do novo agravamento no Oriente Médio, foi dada atenção especial à questão da resolução de conflitos nessa região estrategicamente importante. Também foram consideradas as perspectivas de interação entre os membros do BRICS e o Sul Global no interesse do desenvolvimento compartilhado e da segurança indivisível.
A presidência russa do BRICS continua até o final do ano de 2024. A Cúpula de Kazan foi, sem dúvida, o ponto culminante do nosso termo na presidência do BRICS, pois deu aos líderes a oportunidade de resumir pessoalmente os resultados do trabalho realizado e delinear planos para o futuro. Tanto os resultados quanto os planos estão claramente refletidos no documento conjunto adotado na cúpula — a Declaração de Kazan. <...>
Gostaria de chamar a atenção para as cláusulas da declaração que tratam da adaptação do sistema monetário e financeiro global às realidades atuais, referindo-se ao aumento do papel dos países em desenvolvimento, ao aprimoramento de sua cooperação interbancária, ao aumento da participação das moedas nacionais nas liquidações e à criação de plataformas de pagamento independentes e mecanismos de seguro no BRICS. Todas essas direções levam, em última análise, à formação de um circuito de liquidação e pagamento que não está exposto a riscos externos, e isso, como sentimos na cúpula, está atraindo cada vez mais a atenção de um número crescente de países não ocidentais. <...>
Agora, com relação à categoria de Estados Parceiros. A Cúpula aprovou seus parâmetros. Continuamos a coordenar o trabalho nessa área. Esperamos tornar públicos seus resultados durante nossa presidência antes do final deste ano.
#BRICS2024
🎙 Trechos da entrevista do Ministro dos Negócios Estrangeiros da Federação da Rússia, Sergey Lavrov, à agência de notícias Rossiya Segodnya (5 de novembro de 2024)
❓ Pergunta: Que ações os países do BRICS pretendem tomar para diminuir a escalada da situação na zona de conflito palestino-israelense e na região do Oriente Médio como um todo?
💬 Sergey Lavrov: Desde os primeiros dias dessa crise sem precedentes em outubro passado, os países do #BRICS se solidarizaram em defesa dos direitos dos civis na Faixa de Gaza. Em 21 de novembro de 2023, uma Cúpula da Unidade de emergência concordou em pedir um cessar-fogo antecipado e assistência humanitária às vítimas. Essa posição comum foi reafirmada na declaração da cúpula de Kazan, e o presidente palestino Mahmoud Abbas participou de sua parte ampliada.
Quase imediatamente após o início da operação israelense em Gaza, nós, em coordenação com nossos parceiros do BRICS e outras organizações com ideias semelhantes, apresentamos um projeto de resolução ao Conselho de Segurança da ONU exigindo o fim das hostilidades e o acesso humanitário desimpedido à Faixa de Gaza. No entanto, ela foi bloqueada pelos EUA e seus aliados. Devido à posição politizada de Washington, o Conselho ainda não conseguiu adotar uma decisão que contribuísse para a normalização da situação em longo prazo.
❌ Os americanos tentaram explicar sua posição pouco construtiva argumentando que, se essa resolução fosse adotada, poderia prejudicar seus esforços para levar Israel e o Hamas a um acordo sobre os termos de um cessar-fogo e uma troca de detidos. No entanto, o processo de negociação foi interrompido e a situação em Gaza continua a se deteriorar.
Além disso, o fogo do conflito regional está se alastrando. Suas chamas já engolfaram o território do Líbano, e alguns focos de incêndio estão atingindo a Síria, o Iraque e até mesmo o Irã. Não podemos deixar de mencionar a dramática desestabilização na área das artérias navegáveis do Mar Vermelho e do Golfo de Aden, onde os americanos e os britânicos “montaram” uma coalizão naval multinacional que lançou ações agressivas contra as forças Houthi, que, por sua vez, responderam às ações enérgicas de Israel contra os palestinos nos territórios ocupados.
☝️ O catalisador de todos esses processos foi a crise na Faixa de Gaza. Quanto mais cedo ela for resolvida, mais cedo a situação no Oriente Médio como um todo começará a melhorar. Portanto, continuaremos a trabalhar coletivamente com nossos parceiros para encontrar uma solução justa para o problema palestino em uma base jurídica internacional universalmente reconhecida. Também faremos o máximo uso do potencial do BRICS.
#BRICS2024
❓ Pergunta: Que ações os países do BRICS pretendem tomar para diminuir a escalada da situação na zona de conflito palestino-israelense e na região do Oriente Médio como um todo?
💬 Sergey Lavrov: Desde os primeiros dias dessa crise sem precedentes em outubro passado, os países do #BRICS se solidarizaram em defesa dos direitos dos civis na Faixa de Gaza. Em 21 de novembro de 2023, uma Cúpula da Unidade de emergência concordou em pedir um cessar-fogo antecipado e assistência humanitária às vítimas. Essa posição comum foi reafirmada na declaração da cúpula de Kazan, e o presidente palestino Mahmoud Abbas participou de sua parte ampliada.
Quase imediatamente após o início da operação israelense em Gaza, nós, em coordenação com nossos parceiros do BRICS e outras organizações com ideias semelhantes, apresentamos um projeto de resolução ao Conselho de Segurança da ONU exigindo o fim das hostilidades e o acesso humanitário desimpedido à Faixa de Gaza. No entanto, ela foi bloqueada pelos EUA e seus aliados. Devido à posição politizada de Washington, o Conselho ainda não conseguiu adotar uma decisão que contribuísse para a normalização da situação em longo prazo.
❌ Os americanos tentaram explicar sua posição pouco construtiva argumentando que, se essa resolução fosse adotada, poderia prejudicar seus esforços para levar Israel e o Hamas a um acordo sobre os termos de um cessar-fogo e uma troca de detidos. No entanto, o processo de negociação foi interrompido e a situação em Gaza continua a se deteriorar.
Além disso, o fogo do conflito regional está se alastrando. Suas chamas já engolfaram o território do Líbano, e alguns focos de incêndio estão atingindo a Síria, o Iraque e até mesmo o Irã. Não podemos deixar de mencionar a dramática desestabilização na área das artérias navegáveis do Mar Vermelho e do Golfo de Aden, onde os americanos e os britânicos “montaram” uma coalizão naval multinacional que lançou ações agressivas contra as forças Houthi, que, por sua vez, responderam às ações enérgicas de Israel contra os palestinos nos territórios ocupados.
☝️ O catalisador de todos esses processos foi a crise na Faixa de Gaza. Quanto mais cedo ela for resolvida, mais cedo a situação no Oriente Médio como um todo começará a melhorar. Portanto, continuaremos a trabalhar coletivamente com nossos parceiros para encontrar uma solução justa para o problema palestino em uma base jurídica internacional universalmente reconhecida. Também faremos o máximo uso do potencial do BRICS.
#BRICS2024
🇷🇺 O Presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin, recebeu hoje as cartas credenciais de 28 embaixadores estrangeiros recém-chegados
Trechos do discurso:
💬 Vladimir Putin: A Rússia está aberta à cooperação mutuamente benéfica com todos os países, sem exceção, com base nos princípios de igualdade de direitos, não interferência em assuntos internos e estrita observância do direito internacional.
Defendemos a formação de um sistema justo de relações econômicas globais, livre de concorrência desleal, sanções unilaterais e restrições politicamente motivadas.
A Rússia participa ativamente da vida internacional e busca uma política externa construtiva que leva em conta tanto nossos interesses nacionais quanto as tendências objetivas do desenvolvimento global.
Isso foi confirmado pela Cúpula de grande escala do #BRICS realizada recentemente em Kazan. Foi o ponto culminante da presidência russa da União e um evento notável no calendário político global.
🤝 A Rússia adotou uma abordagem responsável para cumprir suas responsabilidades de presidência do BRICS. Durante o ano, foram realizados mais de 200 eventos nos níveis mais altos, ministeriais e de especialistas, bem como nos círculos empresariais, parlamentares e sociais.
Além disso, recebemos a séria tarefa de garantir uma integração suave e o mais completa possível dos novos membros do BRICS que se juntaram à associação no início deste ano.
E deve-se observar que eles realmente aderiram rápida e organicamente aos esforços comuns, participaram ativamente dos fóruns, apresentaram ideias e iniciativas úteis e promissoras e puderam sentir que a cooperação no BRICS, que é construída com base no respeito mútuo e na consideração obrigatória dos interesses uns dos outros, traz resultados concretos e tangíveis.
🌐 A tradição de realizar uma reunião conjunta especial com amigos e parceiros do BRICS do Sul e do Leste Global no formato “Outreach/BRICS plus” dentro da estrutura das Cúpulas do BRICS também foi mantida. Desta vez, a convite da presidência russa, participaram os líderes da Comunidade de Estados Independentes, bem como os líderes da Ásia, África e América Latina, incluindo aqueles que atualmente dirigem várias estruturas regionais importantes.
No total, delegações de 35 países e 6 organizações internacionais vieram a Kazan. Uma geografia tão ampla atesta o interesse nas atividades do BRICS e no estabelecimento de cooperação com nossa associação por parte dos Estados que buscam políticas verdadeiramente independentes e soberanas. <...>
A visão estratégica dos participantes do BRICS de um futuro mundo multipolar que atenda às aspirações dos países da “Maioria Mundial” está definida na Declaração de Kazan, aprovada no final da cúpula.
☝️ Um resultado significativo da Cúpula de Kazan foi o estabelecimento de uma nova categoria de “Estados Parceiros”. A lista de possíveis países candidatos para os quais a presidência russa enviará convites foi acordada. Após receberem uma resposta positiva, esses países receberão o status de parceiros do BRICS.
Trechos do discurso:
💬 Vladimir Putin: A Rússia está aberta à cooperação mutuamente benéfica com todos os países, sem exceção, com base nos princípios de igualdade de direitos, não interferência em assuntos internos e estrita observância do direito internacional.
Defendemos a formação de um sistema justo de relações econômicas globais, livre de concorrência desleal, sanções unilaterais e restrições politicamente motivadas.
A Rússia participa ativamente da vida internacional e busca uma política externa construtiva que leva em conta tanto nossos interesses nacionais quanto as tendências objetivas do desenvolvimento global.
Isso foi confirmado pela Cúpula de grande escala do #BRICS realizada recentemente em Kazan. Foi o ponto culminante da presidência russa da União e um evento notável no calendário político global.
🤝 A Rússia adotou uma abordagem responsável para cumprir suas responsabilidades de presidência do BRICS. Durante o ano, foram realizados mais de 200 eventos nos níveis mais altos, ministeriais e de especialistas, bem como nos círculos empresariais, parlamentares e sociais.
Além disso, recebemos a séria tarefa de garantir uma integração suave e o mais completa possível dos novos membros do BRICS que se juntaram à associação no início deste ano.
E deve-se observar que eles realmente aderiram rápida e organicamente aos esforços comuns, participaram ativamente dos fóruns, apresentaram ideias e iniciativas úteis e promissoras e puderam sentir que a cooperação no BRICS, que é construída com base no respeito mútuo e na consideração obrigatória dos interesses uns dos outros, traz resultados concretos e tangíveis.
🌐 A tradição de realizar uma reunião conjunta especial com amigos e parceiros do BRICS do Sul e do Leste Global no formato “Outreach/BRICS plus” dentro da estrutura das Cúpulas do BRICS também foi mantida. Desta vez, a convite da presidência russa, participaram os líderes da Comunidade de Estados Independentes, bem como os líderes da Ásia, África e América Latina, incluindo aqueles que atualmente dirigem várias estruturas regionais importantes.
No total, delegações de 35 países e 6 organizações internacionais vieram a Kazan. Uma geografia tão ampla atesta o interesse nas atividades do BRICS e no estabelecimento de cooperação com nossa associação por parte dos Estados que buscam políticas verdadeiramente independentes e soberanas. <...>
A visão estratégica dos participantes do BRICS de um futuro mundo multipolar que atenda às aspirações dos países da “Maioria Mundial” está definida na Declaração de Kazan, aprovada no final da cúpula.
☝️ Um resultado significativo da Cúpula de Kazan foi o estabelecimento de uma nova categoria de “Estados Parceiros”. A lista de possíveis países candidatos para os quais a presidência russa enviará convites foi acordada. Após receberem uma resposta positiva, esses países receberão o status de parceiros do BRICS.
🎙 Trechos de um discurso do Presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin, na sessão plenária da XXI reunião anual do Clube Internacional de Discussão Valdai.
❓ Pergunta: Paulo Batista Nogueira (Brasil): Você poderia falar mais sobre os tópicos que abordou durante seus comentários e no discurso - BRICS e o dólar americano? Que papel o senhor vê para os BRICS na construção de alternativas aos sistemas não confiáveis e disfuncionais que usam o dólar?
A Rússia propôs um plano detalhado e interessante para pagamentos internacionais com base em moedas nacionais em 2024 durante sua presidência do BRICS. Como você vê o futuro dessa discussão? Poderemos nos basear nela?
O senhor concorda que há certas limitações nos pagamentos em moedas nacionais e que, gradualmente, passo a passo, mudaremos cuidadosamente para um novo meio de pagamento, uma nova moeda de reserva? O presidente Lula, a propósito, falou sobre isso em sua declaração durante a cúpula de Kazan. Eu gostaria de ouvir sua visão sobre essa questão.
💬 Vladimir Putin: Baseio minha posição no que nossos especialistas nos oferecem, e confio neles. Eles são certamente especialistas de nível internacional. E eu falei preliminarmente sobre nossa proposta. E quando uma ideia é gerada, meu papel é trabalhar no país, na comunidade de especialistas, no governo e no Banco Central, para impulsionar essas ideias, essas propostas, de alguma forma formalizá-las de maneira apropriada e, depois de entender o que estamos falando, propor essas ideias aos nossos parceiros.
Propus uma dessas ideias ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele se interessou, recebeu nossos especialistas no Brasil, e em um nível muito bom. Ele convidou representantes do Banco Central e do Ministério da Fazenda para essas reuniões, em geral, praticamente todo o bloco econômico. E nossos colegas e amigos no Brasil estavam interessados.
Fizemos o mesmo com outros países do #BRICS. Tive excelentes conversas com praticamente todos os líderes, com todos, e em geral todos gostaram dessas ideias.
☝️Propomos a criação de uma nova plataforma de investimento, usando ativos eletrônicos, desenvolvendo-os. Ou seja, estamos falando sobre a criação de uma plataforma para pagamentos eletrônicos, com a ajuda da qual seria possível investir em mercados emergentes, e esses são principalmente os mercados do sul da Ásia, da África e, em parte, da América Latina.
<...>
Atualmente, o uso de moedas nacionais ainda tem seu efeito. Para a Rússia, por exemplo, dois terços de nosso volume de negócios já são atendidos em moedas nacionais. Quanto aos países do BRICS, 88% do nosso volume de negócios é atendido em moedas nacionais.
Agora estamos falando sobre o uso de ferramentas eletrônicas para a troca de informações financeiras entre os bancos centrais de nossos países, o chamado sistema BRICS Bridge.
Ouvi muitas conversas em nível de especialistas e em círculos jornalísticos sobre a necessidade de se pensar na criação de uma moeda única. Mas ainda é muito cedo para falar sobre isso. E não temos essas metas entre nós. Porque, para falarmos sobre uma moeda comum, precisamos alcançar uma maior integração das economias entre si. Essa é a primeira coisa. E a segunda. Precisamos elevar a qualidade das economias a um determinado nível para que elas sejam muito semelhantes e compatíveis em termos de qualidade e estrutura.
❗️ Nossas propostas não têm como objetivo combater o dólar. Estamos simplesmente respondendo aos desafios do momento, em resposta às novas tendências no desenvolvimento da economia mundial, estamos pensando em criar novas ferramentas e, em primeiro lugar, é claro, como eu disse no início, é importante criar um sistema, usar os sistemas já existentes em cada país para trocar informações financeiras, e desenvolveremos as ferramentas que mencionei.
📖 Leia mais em inglês
❓ Pergunta: Paulo Batista Nogueira (Brasil): Você poderia falar mais sobre os tópicos que abordou durante seus comentários e no discurso - BRICS e o dólar americano? Que papel o senhor vê para os BRICS na construção de alternativas aos sistemas não confiáveis e disfuncionais que usam o dólar?
A Rússia propôs um plano detalhado e interessante para pagamentos internacionais com base em moedas nacionais em 2024 durante sua presidência do BRICS. Como você vê o futuro dessa discussão? Poderemos nos basear nela?
O senhor concorda que há certas limitações nos pagamentos em moedas nacionais e que, gradualmente, passo a passo, mudaremos cuidadosamente para um novo meio de pagamento, uma nova moeda de reserva? O presidente Lula, a propósito, falou sobre isso em sua declaração durante a cúpula de Kazan. Eu gostaria de ouvir sua visão sobre essa questão.
💬 Vladimir Putin: Baseio minha posição no que nossos especialistas nos oferecem, e confio neles. Eles são certamente especialistas de nível internacional. E eu falei preliminarmente sobre nossa proposta. E quando uma ideia é gerada, meu papel é trabalhar no país, na comunidade de especialistas, no governo e no Banco Central, para impulsionar essas ideias, essas propostas, de alguma forma formalizá-las de maneira apropriada e, depois de entender o que estamos falando, propor essas ideias aos nossos parceiros.
Propus uma dessas ideias ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele se interessou, recebeu nossos especialistas no Brasil, e em um nível muito bom. Ele convidou representantes do Banco Central e do Ministério da Fazenda para essas reuniões, em geral, praticamente todo o bloco econômico. E nossos colegas e amigos no Brasil estavam interessados.
Fizemos o mesmo com outros países do #BRICS. Tive excelentes conversas com praticamente todos os líderes, com todos, e em geral todos gostaram dessas ideias.
☝️Propomos a criação de uma nova plataforma de investimento, usando ativos eletrônicos, desenvolvendo-os. Ou seja, estamos falando sobre a criação de uma plataforma para pagamentos eletrônicos, com a ajuda da qual seria possível investir em mercados emergentes, e esses são principalmente os mercados do sul da Ásia, da África e, em parte, da América Latina.
<...>
Atualmente, o uso de moedas nacionais ainda tem seu efeito. Para a Rússia, por exemplo, dois terços de nosso volume de negócios já são atendidos em moedas nacionais. Quanto aos países do BRICS, 88% do nosso volume de negócios é atendido em moedas nacionais.
Agora estamos falando sobre o uso de ferramentas eletrônicas para a troca de informações financeiras entre os bancos centrais de nossos países, o chamado sistema BRICS Bridge.
Ouvi muitas conversas em nível de especialistas e em círculos jornalísticos sobre a necessidade de se pensar na criação de uma moeda única. Mas ainda é muito cedo para falar sobre isso. E não temos essas metas entre nós. Porque, para falarmos sobre uma moeda comum, precisamos alcançar uma maior integração das economias entre si. Essa é a primeira coisa. E a segunda. Precisamos elevar a qualidade das economias a um determinado nível para que elas sejam muito semelhantes e compatíveis em termos de qualidade e estrutura.
❗️ Nossas propostas não têm como objetivo combater o dólar. Estamos simplesmente respondendo aos desafios do momento, em resposta às novas tendências no desenvolvimento da economia mundial, estamos pensando em criar novas ferramentas e, em primeiro lugar, é claro, como eu disse no início, é importante criar um sistema, usar os sistemas já existentes em cada país para trocar informações financeiras, e desenvolveremos as ferramentas que mencionei.
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📰 Entrevista com Marat Berdyev, Embaixador Itinerante do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Federação da Rússia para assuntos relacionados ao G20, APEC, Parceria da Grande Eurásia: RIA Novosti (14 de novembro de 2024)
- O Peru, enquanto presidente da APEC, atuou de forma muito enérgica e produtiva ao longo do ano. Foram realizados mais de uma centena de eventos diferentes, cerca de 10 reuniões ministeriais, algumas das quais realizadas pela primeira vez.
- No âmbito destes eventos, pudemos promover toda uma série de prioridades e abordagens russas, em particular, relacionadas com o facto de ser necessário utilizar todos os instrumentos disponíveis no domínio da transição energética e confiar ativamente na cooperação económica internacional.
- No que diz respeito à segurança alimentar, registámos a importância de manter cadeias de abastecimento estáveis e abertas que não devem ser fragmentadas por ações políticas.
- No setor da energia, a Rússia tem colocado grande ênfase na promoção de uma abordagem que hoje em dia tem cada vez mais amplo apoio na arena internacional - a da neutralidade tecnológica. Estamos a dizer que é prejudicial confiar em construções unilaterais ou tentar impor algumas receitas de tamanho único ou certas tecnologias como não alternativas, em particular as energias renováveis.
- Ao mesmo tempo, a Rússia sublinha a importância de garantir que os mercados internacionais e as cadeias de abastecimento de energia transfronteiriças funcionem de forma estável e não discriminatória, sem quaisquer pseudo-sanções, ameaças e chantagens, e que haja uma previsibilidade total e clara.
- Na APEC, temos assistido repetidamente a uma série de peritos a salientar que a fragmentação geo-económica, as tensões geopolíticas e as sanções são atualmente os principais obstáculos à consecução de um crescimento económico sustentável e, carateristicamente, não atingem realmente aqueles contra quem são dirigidas, mas sim aqueles que as aceitam.
- Estamos a trabalhar com parceiros em vários formatos, incluindo o #G20, o #ATEC, o #BRICS, para mudar a situação para melhor. <...> As nossas ideias ressoam, começamos a trabalhar nelas em formatos bilaterais e noutros formatos especializados, e vemos que começam gradualmente a ser postas em prática.
- As economias da APEC estão interessadas na liquidação em moedas nacionais. <...> Todas elas querem desenvolver tais mecanismos e poder atuar de forma independente, sem ter em conta os caprichos ocidentais e o desejo irreprimível de lucro, até e incluindo métodos de apreensão criminosa de propriedade alheia, incluindo bens soberanos.
- Os resultados da Cimeira de Kazan são vistos pelos nossos parceiros como um grande sucesso. Eles acreditam que o #BRICS está a começar a adquirir uma base prática para as suas actividades. Portanto, os resultados do BRICS são convincentes para muitos, e estão a ser discutidos hoje.
- A propósito, este ano o Novo Banco de Desenvolvimento tornou-se parceiro do G20 e, pela primeira vez, foi convidado pela presidência brasileira a participar em numerosos eventos do fórum, incluindo a Cimeira de Líderes, o que mostra o crescimento da sua autoridade e posição internacionais.
- É claro que existem tentativas de politizar, ucranianizar a agenda da próxima cimeira. Há uma discussão sobre geopolítica. Estava claro desde o início que iria surgir. E nós estamos a participar nela. É difícil para mim dizer agora qual será o seu resultado, mas posso assegurar-vos que os interesses russos serão totalmente assegurados no seu resultado.
- O Peru, enquanto presidente da APEC, atuou de forma muito enérgica e produtiva ao longo do ano. Foram realizados mais de uma centena de eventos diferentes, cerca de 10 reuniões ministeriais, algumas das quais realizadas pela primeira vez.
- No âmbito destes eventos, pudemos promover toda uma série de prioridades e abordagens russas, em particular, relacionadas com o facto de ser necessário utilizar todos os instrumentos disponíveis no domínio da transição energética e confiar ativamente na cooperação económica internacional.
- No que diz respeito à segurança alimentar, registámos a importância de manter cadeias de abastecimento estáveis e abertas que não devem ser fragmentadas por ações políticas.
- No setor da energia, a Rússia tem colocado grande ênfase na promoção de uma abordagem que hoje em dia tem cada vez mais amplo apoio na arena internacional - a da neutralidade tecnológica. Estamos a dizer que é prejudicial confiar em construções unilaterais ou tentar impor algumas receitas de tamanho único ou certas tecnologias como não alternativas, em particular as energias renováveis.
- Ao mesmo tempo, a Rússia sublinha a importância de garantir que os mercados internacionais e as cadeias de abastecimento de energia transfronteiriças funcionem de forma estável e não discriminatória, sem quaisquer pseudo-sanções, ameaças e chantagens, e que haja uma previsibilidade total e clara.
- Na APEC, temos assistido repetidamente a uma série de peritos a salientar que a fragmentação geo-económica, as tensões geopolíticas e as sanções são atualmente os principais obstáculos à consecução de um crescimento económico sustentável e, carateristicamente, não atingem realmente aqueles contra quem são dirigidas, mas sim aqueles que as aceitam.
- Estamos a trabalhar com parceiros em vários formatos, incluindo o #G20, o #ATEC, o #BRICS, para mudar a situação para melhor. <...> As nossas ideias ressoam, começamos a trabalhar nelas em formatos bilaterais e noutros formatos especializados, e vemos que começam gradualmente a ser postas em prática.
- As economias da APEC estão interessadas na liquidação em moedas nacionais. <...> Todas elas querem desenvolver tais mecanismos e poder atuar de forma independente, sem ter em conta os caprichos ocidentais e o desejo irreprimível de lucro, até e incluindo métodos de apreensão criminosa de propriedade alheia, incluindo bens soberanos.
- Os resultados da Cimeira de Kazan são vistos pelos nossos parceiros como um grande sucesso. Eles acreditam que o #BRICS está a começar a adquirir uma base prática para as suas actividades. Portanto, os resultados do BRICS são convincentes para muitos, e estão a ser discutidos hoje.
- A propósito, este ano o Novo Banco de Desenvolvimento tornou-se parceiro do G20 e, pela primeira vez, foi convidado pela presidência brasileira a participar em numerosos eventos do fórum, incluindo a Cimeira de Líderes, o que mostra o crescimento da sua autoridade e posição internacionais.
- É claro que existem tentativas de politizar, ucranianizar a agenda da próxima cimeira. Há uma discussão sobre geopolítica. Estava claro desde o início que iria surgir. E nós estamos a participar nela. É difícil para mim dizer agora qual será o seu resultado, mas posso assegurar-vos que os interesses russos serão totalmente assegurados no seu resultado.
🎙 Entrevista do Ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, com Marina Kim para o projeto Novo Mundo (Moscou, 14 de novembro de 2024)
Principais pontos de discussão:
#Assuntos internacionais
⚡️ Nossa principal tarefa agora é atingir todas as metas formuladas pelo Presidente Vladimir Putin. Você está ciente das expectativas do Ocidente. Eles estão especulando sobre a interrupção das hostilidades em uma determinada linha e a coordenação de uma trégua, de modo que, daqui a 10 anos, eles decidirão a quem pertencem a Crimeia e o Donbass. Isso é leitura da borra de café. Não vou me envolver com isso. Temos nossas tarefas e as cumpriremos.
• Nosso trabalho é afirmar e promover os interesses da Rússia de acordo com sua Constituição, bem como os objetivos definidos pelo Presidente Vladimir Putin. Isso vai além da Ucrânia e se aplica ao Conceito de Política Externa da Rússia em geral.
#EUA
• Washington não pode permitir que a Rússia prove que é um ator forte e prejudique a reputação do Ocidente. Eles não se importam com a Ucrânia. Eles só se preocupam com sua reputação. Eles decidiram que a Ucrânia deveria ter um governo de que gostassem e não esperavam que ninguém protestasse. A Rússia? É um país grande, mas precisa ser derrubado. É disso que se trata, e não do futuro do povo ucraniano. Eles não se importam com as pessoas.
• Foram impostas sanções a mais da metade dos países do mundo, mesmo que não sejam tão drásticas quanto as que foram adotadas contra a Rússia, a República Popular Democrática da Coreia, o Irã e a Venezuela. O verdadeiro motivo por trás da atual fúria do Ocidente é que a China está rapidamente e com confiança crescendo à frente dos Estados Unidos.
• Podemos ver o que os americanos querem. Sentados em algum lugar no exterior, eles acreditam que estão além do alcance, deixando para a Europa a tarefa de superar os desafios que enfrentam em termos de incentivar e armar a Ucrânia para lutar contra a Rússia, além de pagar a conta da tragédia do Oriente Médio.
#Eurasia4You
🤝 Deus nos deu um continente, e nós o compartilhamos. Esse continente possui imensos e, de fato, os maiores recursos naturais, enquanto várias civilizações milenares o habitam. Deixar de se beneficiar dessas vantagens competitivas seria um erro. É disso que trata a ideia de construir a Parceria da Grande Eurásia, e a EAEU, a SCO e a ASEAN já deram os primeiros passos nessa direção. Estamos estabelecendo laços e promovendo o diálogo. Se conseguirmos cumprir os planos que temos, a Parceria da Grande Eurásia oferecerá uma base sólida e servirá como uma espinha dorsal econômica e de transporte para o que o Presidente Vladimir Putin chamou de uma nova arquitetura de segurança da Eurásia.
• Há um claro entendimento de que a arquitetura de segurança da Eurásia, assim como a Parceria da Grande Eurásia, deve estar aberta a todos os países e continentes, incluindo a parte ocidental da Eurásia, mesmo que até agora essa última tenha tentado, como que por inércia, garantir seus interesses dentro de um conceito de segurança euro-atlântico em vez de optar pela estrutura da Eurásia, o que seria natural e razoável, considerando o fator geográfico. Essa é a maneira de eles dizerem que não pretendem fazer nada sem os Estados Unidos.
#BRICS
🌐 O BRICS trata da nova ordem mundial que se baseia no princípio principal da Carta da ONU - a igualdade soberana dos Estados.
• O BRICS não tem a intenção de dividir o mundo. Ele quer reunir países que desejam relações mais próximas para que possam viver na terra que receberam de Deus e de seus ancestrais como costumavam fazer, como grandes civilizações.
#África
🌍 A descolonização ocorreu, em um sentido amplo. Mas ser capaz de gerenciar de fato a liberdade e os recursos de alguém é outra história. É nesse ponto que o neocolonialismo vem à tona.
• A Primeira Conferência Ministerial do Fórum de Parceria Rússia-África em Sochi e a Cúpula Rússia-África em São Petersburgo em 2023 colocam claramente em perspectiva as tendências que poderiam ser chamadas de segundo despertar da África.
Principais pontos de discussão:
#Assuntos internacionais
• Nosso trabalho é afirmar e promover os interesses da Rússia de acordo com sua Constituição, bem como os objetivos definidos pelo Presidente Vladimir Putin. Isso vai além da Ucrânia e se aplica ao Conceito de Política Externa da Rússia em geral.
#EUA
• Washington não pode permitir que a Rússia prove que é um ator forte e prejudique a reputação do Ocidente. Eles não se importam com a Ucrânia. Eles só se preocupam com sua reputação. Eles decidiram que a Ucrânia deveria ter um governo de que gostassem e não esperavam que ninguém protestasse. A Rússia? É um país grande, mas precisa ser derrubado. É disso que se trata, e não do futuro do povo ucraniano. Eles não se importam com as pessoas.
• Foram impostas sanções a mais da metade dos países do mundo, mesmo que não sejam tão drásticas quanto as que foram adotadas contra a Rússia, a República Popular Democrática da Coreia, o Irã e a Venezuela. O verdadeiro motivo por trás da atual fúria do Ocidente é que a China está rapidamente e com confiança crescendo à frente dos Estados Unidos.
• Podemos ver o que os americanos querem. Sentados em algum lugar no exterior, eles acreditam que estão além do alcance, deixando para a Europa a tarefa de superar os desafios que enfrentam em termos de incentivar e armar a Ucrânia para lutar contra a Rússia, além de pagar a conta da tragédia do Oriente Médio.
#Eurasia4You
🤝 Deus nos deu um continente, e nós o compartilhamos. Esse continente possui imensos e, de fato, os maiores recursos naturais, enquanto várias civilizações milenares o habitam. Deixar de se beneficiar dessas vantagens competitivas seria um erro. É disso que trata a ideia de construir a Parceria da Grande Eurásia, e a EAEU, a SCO e a ASEAN já deram os primeiros passos nessa direção. Estamos estabelecendo laços e promovendo o diálogo. Se conseguirmos cumprir os planos que temos, a Parceria da Grande Eurásia oferecerá uma base sólida e servirá como uma espinha dorsal econômica e de transporte para o que o Presidente Vladimir Putin chamou de uma nova arquitetura de segurança da Eurásia.
• Há um claro entendimento de que a arquitetura de segurança da Eurásia, assim como a Parceria da Grande Eurásia, deve estar aberta a todos os países e continentes, incluindo a parte ocidental da Eurásia, mesmo que até agora essa última tenha tentado, como que por inércia, garantir seus interesses dentro de um conceito de segurança euro-atlântico em vez de optar pela estrutura da Eurásia, o que seria natural e razoável, considerando o fator geográfico. Essa é a maneira de eles dizerem que não pretendem fazer nada sem os Estados Unidos.
#BRICS
• O BRICS não tem a intenção de dividir o mundo. Ele quer reunir países que desejam relações mais próximas para que possam viver na terra que receberam de Deus e de seus ancestrais como costumavam fazer, como grandes civilizações.
#África
🌍 A descolonização ocorreu, em um sentido amplo. Mas ser capaz de gerenciar de fato a liberdade e os recursos de alguém é outra história. É nesse ponto que o neocolonialismo vem à tona.
• A Primeira Conferência Ministerial do Fórum de Parceria Rússia-África em Sochi e a Cúpula Rússia-África em São Petersburgo em 2023 colocam claramente em perspectiva as tendências que poderiam ser chamadas de segundo despertar da África.
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🎙️ Discurso e respostas a perguntas da imprensa de Sergey Lavrov sobre os resultados da Cúpula do G20 (Rio de Janeiro, 19 de novembro de 2024)
💬 A cúpula do G20 está hoje a chegar ao fim. <...> Creio que foram alcançados resultados positivos e acordos sólidos.
A criação de uma nova estrutura de coordenação - a Aliança Mundial de Luta contra a Fome e a Pobreza - foi apoiada. Trata-se de uma iniciativa pessoal do Presidente do Brasil, Sr. Lula da Silva. O seu objetivo é acelerar o progresso no sentido da erradicação total da fome, tal como exigido pelos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, que há muito foram aprovados mas não foram implementados na prática, embora isso deva ser feito até 2030. <...>
🇷🇺🤝🇧🇷 A Rússia aderiu a este mecanismo. Já anunciámos que estamos a introduzir as nossas melhores práticas, incorporadas em programas de assistência aos países em desenvolvimento, no pacote de projetos a serem implementados sob os auspícios da aliança. Estamos a falar de programas de alimentação escolar e do desenvolvimento de explorações agrícolas. <...>
O #G20 deve basear-se nos princípios da Carta das Nações Unidas. Acima de tudo, o princípio da igualdade soberana dos Estados. Nunca foi esse o caso na política ocidental. Nunca respeitou a igualdade soberana. Agora a vida obriga-o a fazê-lo, dado que os países do #BRICS e outros Estados que cooperam com a associação estão a crescer a um ritmo muito mais elevado. <...>
📄 A Declaração foi adoptada. Trata-se de um documento abrangente. O principal é que ele reconhece as realidades modernas e está subordinado à tarefa principal e central - construir relações internacionais baseadas no multilateralismo, no pluralismo, na eliminação de todas as formas de desigualdade entre e dentro dos estados. <...>
A questão principal (para além da luta contra a fome, a pobreza e a desigualdade) é a reforma das instituições mundiais. A maior parte das delegações do Sul constatou o predomínio dos atores ocidentais nestas estruturas, que não podem reivindicar a exclusividade, em primeiro lugar por razões morais e, em segundo lugar, por razões da realidade contemporânea.
O mundo está a mudar radicalmente. Nas últimas décadas, adquiriu um novo "rosto".
🌐 Os BRICS representam 37% da economia global, o G7 caiu para menos de 30%. Este fosso continua a aumentar. Porque os países BRICS têm atualmente uma taxa média de crescimento de 4%, enquanto a taxa média de crescimento dos países do G7 é metade dessa taxa.
Recordamos a cúpula dos BRICS em Kazan, de 22 a 24 de outubro. Foi mencionada na maioria dos discursos do Sul Global. De acordo com as avaliações feitas aqui, demonstrou que a associação amadureceu ao ponto de formar um instrumento independente que não dependeria do Ocidente. Trata-se de mecanismos de pagamento, de liquidação, de compensação, de investimento, de troca e outros. Este trabalho foi lançado.
<...>
A Declaração confirma que é necessário elevar e reforçar a voz dos países da Maioria Mundial em todos os principais organismos políticos e económicos - desde o Conselho de Segurança da ONU ao Fundo Monetário Internacional, ao Banco Mundial, e ressuscitar a atividade plena da Organização Mundial do Comércio, onde o órgão de resolução de litígios (o principal órgão da OMC) está bloqueado e não pode desempenhar as suas funções porque os americanos o tomaram "refém" através de truques processuais. <...>
❗️ Familiarizei os meus colegas com o trabalho do nosso país na implementação da iniciativa do Presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin, de formar uma Grande Parceria Eurasiática com a participação da EAEU, da SCO, da ASEAN e de outras associações do nosso continente. Consideramos que esta iniciativa constitui uma base material para a formação de uma nova arquitetura de segurança euro-asiática, aberta a todos os países do continente.
💬 A cúpula do G20 está hoje a chegar ao fim. <...> Creio que foram alcançados resultados positivos e acordos sólidos.
A criação de uma nova estrutura de coordenação - a Aliança Mundial de Luta contra a Fome e a Pobreza - foi apoiada. Trata-se de uma iniciativa pessoal do Presidente do Brasil, Sr. Lula da Silva. O seu objetivo é acelerar o progresso no sentido da erradicação total da fome, tal como exigido pelos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, que há muito foram aprovados mas não foram implementados na prática, embora isso deva ser feito até 2030. <...>
🇷🇺🤝🇧🇷 A Rússia aderiu a este mecanismo. Já anunciámos que estamos a introduzir as nossas melhores práticas, incorporadas em programas de assistência aos países em desenvolvimento, no pacote de projetos a serem implementados sob os auspícios da aliança. Estamos a falar de programas de alimentação escolar e do desenvolvimento de explorações agrícolas. <...>
O #G20 deve basear-se nos princípios da Carta das Nações Unidas. Acima de tudo, o princípio da igualdade soberana dos Estados. Nunca foi esse o caso na política ocidental. Nunca respeitou a igualdade soberana. Agora a vida obriga-o a fazê-lo, dado que os países do #BRICS e outros Estados que cooperam com a associação estão a crescer a um ritmo muito mais elevado. <...>
📄 A Declaração foi adoptada. Trata-se de um documento abrangente. O principal é que ele reconhece as realidades modernas e está subordinado à tarefa principal e central - construir relações internacionais baseadas no multilateralismo, no pluralismo, na eliminação de todas as formas de desigualdade entre e dentro dos estados. <...>
A questão principal (para além da luta contra a fome, a pobreza e a desigualdade) é a reforma das instituições mundiais. A maior parte das delegações do Sul constatou o predomínio dos atores ocidentais nestas estruturas, que não podem reivindicar a exclusividade, em primeiro lugar por razões morais e, em segundo lugar, por razões da realidade contemporânea.
O mundo está a mudar radicalmente. Nas últimas décadas, adquiriu um novo "rosto".
Recordamos a cúpula dos BRICS em Kazan, de 22 a 24 de outubro. Foi mencionada na maioria dos discursos do Sul Global. De acordo com as avaliações feitas aqui, demonstrou que a associação amadureceu ao ponto de formar um instrumento independente que não dependeria do Ocidente. Trata-se de mecanismos de pagamento, de liquidação, de compensação, de investimento, de troca e outros. Este trabalho foi lançado.
<...>
A Declaração confirma que é necessário elevar e reforçar a voz dos países da Maioria Mundial em todos os principais organismos políticos e económicos - desde o Conselho de Segurança da ONU ao Fundo Monetário Internacional, ao Banco Mundial, e ressuscitar a atividade plena da Organização Mundial do Comércio, onde o órgão de resolução de litígios (o principal órgão da OMC) está bloqueado e não pode desempenhar as suas funções porque os americanos o tomaram "refém" através de truques processuais. <...>
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💬 Durante a nossa reunião anterior, em 22 de abril de 2024, falámos sobre o aproveitamento do potencial das regiões russas para promover a nossa cooperação abrangente com a República Popular da China.
🇷🇺🇨🇳 Construímos um sólido historial na promoção dos nossos laços região-a-região, que se tornaram um dos elementos-chave da parceria abrangente e da cooperação estratégica entre a Rússia e a China. De facto, temos assistido a um impulso sustentado e consistente no desenvolvimento dos nossos laços com a China, mesmo no ambiente atual e apesar das tentativas ocidentais de controlar tudo e suprimir o progresso em direção a uma ordem mundial multipolar. <...>
Estou certo de que os laços inter-regionais entre a Rússia e a China têm um grande potencial. Para além da vertente bilateral, isto inclui interações multilaterais, por exemplo, no âmbito do #BRICS. Realizado regularmente, o Fórum de Cidades e Entidades Municipais Geminadas tem provado o seu valor, oferecendo aos participantes russos e chineses uma plataforma para promover a cooperação multilateral para todos os países do BRICS.
🌾 🤝 A nossa agenda de hoje centra-se na Diplomacia Agrícola para as Regiões. Este é um tema muito importante nos dias de hoje. A Rússia tem cumprido de boa-fé as suas obrigações no âmbito dos contratos internacionais. Estamos entre os principais actores quando se trata de garantir a segurança alimentar. É bastante óbvio que, no ambiente geopolítico atual, ser proactivo nos nossos esforços diplomáticos no sector agrícola ajuda a forjar laços mais fortes com os países do Sul e do Leste Global e serve como um trunfo eficaz na nossa política externa. Vimos isto durante a Cimeira #RussiaAfrica do ano passado, em que o Presidente Vladimir Putin apresentou várias iniciativas para fornecer alimentos e fertilizantes aos países do Sul Global que necessitam deste tipo de assistência. Também vimos isso em Sochi, no centro Sirius, que acolheu a Primeira Conferência Ministerial do Fórum de Parceria Rússia-África.
O grupo de trabalho do Conselho que preparou a reunião de hoje trabalhou com representantes das 10 principais regiões agrícolas e do Ministério da Agricultura. Todos eles realizaram um excelente trabalho. Gostaria de agradecer ao Conselho, às nossas embaixadas, bem como ao pessoal dos adidos agrícolas que trabalham nas embaixadas de 40 países pelos seus esforços.
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📄 Leia
📹 Assista
Pontos principais:
• Nossos empreendedores, empresas e setores inteiros enfrentaram sérios desafios em 2022 como resultado de ações tomadas por, digamos assim, alguns países ou, mais precisamente, suas elites líderes. Esses países se mostraram parceiros não confiáveis. Muitas cadeias industriais e logísticas, bem como laços de cooperação que levaram décadas para se desenvolver, foram colocados em risco ou até mesmo interrompidos.
• Com frequência, ouvimos pessoas dos campos político, militar ou econômico dizerem que esses países estabeleceram a tarefa de infligir uma derrota estratégica à Rússia, inclusive na economia e na tecnologia, para enfraquecer drasticamente a indústria manufatureira, as finanças e os serviços de nosso país, para criar uma escassez insuperável de produtos em nosso mercado, para desestabilizar o mercado de trabalho e para reduzir os padrões de vida de nossos cidadãos. É óbvio que esses planos não se concretizaram. Após um período desafiador, a economia russa não apenas se recuperou totalmente, mas também está passando por mudanças estruturais qualitativas, o que é de vital importância e, talvez, seja o resultado mais importante do nosso trabalho na economia nos últimos dois ou três anos.
• O potencial tecnológico, de produção e de logística da Rússia está progredindo. Os laços com parceiros promissores estão se fortalecendo.
• A liderança da Rússia em tecnologias financeiras nos posiciona bem para formar parcerias flexíveis com contrapartes estrangeiras, promover projetos de integração e alavancar os pontos fortes complementares de nossas respectivas economias. Também estou me referindo à plataforma de investimentos que estamos desenvolvendo com nossos parceiros do #BRICS. Esse trabalho está em seus estágios iniciais, mas todas as partes envolvidas concordam com seus benefícios potenciais e boas perspectivas. Espera-se que ela se torne um instrumento importante para apoiar nossas economias e fornecer recursos financeiros aos países do Sul e do Leste Global.
• Apesar da pressão política, muitos de nossos parceiros, inclusive os da Europa Ocidental e dos Estados Unidos, não abandonaram o mercado russo. Algumas dessas empresas continuam a operar como antes, provavelmente cerca de metade delas; outras transferiram a administração para as pessoas e entidades que controlam. Cerca de um quarto dessas empresas realmente deixou o país, enquanto algumas continuam a fazer procedimentos para sair da economia russa.
• A Rússia não está se voltando agora para o Sul ou o Leste Global, não. A Rússia está engajada nessa política há muito tempo, desde os anos 2000, atenta ao desenvolvimento global e às tendências econômicas globais. Estamos fazendo isso há muito tempo de forma ordenada e consistente.
🇷🇺🇨🇳 Nossas relações com a China não são afetadas pelos eventos que estão ocorrendo, por exemplo, na Ucrânia. A China há muito tempo se tornou nosso maior parceiro comercial e econômico, mesmo antes disso.
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🎙 O Porta-voz do Presidente da Federação da Rússia Dmitriy Peskov comentou a recente declaração do Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, sobre a situação na Ucrânia.
Dmitriy Peskov: Lemos atentamente a declaração do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que ele fez após sua reunião em Paris com Macron e Zelensky.
🤝 O presidente Vladimir Putin tem dito repetidamente que a Rússia está aberta a negociações sobre a Ucrânia e acolhe iniciativas de paz vindas principalmente dos países do Sul Global, nossos parceiros no #BRICS: China, Índia, Brasil, África do Sul, bem como os Emirados Árabes Unidos, Qatar e Arábia Saudita que trabalham na via humanitária.
Nossa posição sobre a Ucrânia é bem conhecida. As condições para a cessação imediata das hostilidades foram estabelecidas pelo presidente Vladimir Putin em junho deste ano em seu discurso no Ministério das Negócios Estrangeiros da Rússia.
☝️ É importante lembrar aqui que foi a Ucrânia que se recusou e continua se recusando a negociar. Além disso, Zelensky, por meio de seu decreto, proibiu a si mesmo e a sua administração de qualquer contato com a liderança russa. Essa posição deles não muda. Enquanto isso, para entrar em uma trajetória pacífica, Zelensky só precisa cancelar seu decreto e ordenar a retomada do diálogo com base nos acordos de Istambul e levando em conta as realidades locais.
Quanto aos números citados sobre as perdas de ambos os lados, é óbvio que eles são apresentados na interpretação ucraniana e refletem a posição oficial da Ucrânia. Os números reais das perdas são bem diferentes. As perdas ucranianas são várias vezes maiores do que as do lado russo.
❗️ A continuação dessas taxas leva à exaustão completa do exército ucraniano e à redução da idade de mobilização para 18 anos, bem como ao endurecimento da mobilização forçada. No entanto, mesmo tudo isso não mudará a situação catastrófica que está se desenvolvendo para o exército ucraniano. Isso não é novidade para a Ucrânia e para os observadores internacionais.
Dmitriy Peskov: Lemos atentamente a declaração do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que ele fez após sua reunião em Paris com Macron e Zelensky.
🤝 O presidente Vladimir Putin tem dito repetidamente que a Rússia está aberta a negociações sobre a Ucrânia e acolhe iniciativas de paz vindas principalmente dos países do Sul Global, nossos parceiros no #BRICS: China, Índia, Brasil, África do Sul, bem como os Emirados Árabes Unidos, Qatar e Arábia Saudita que trabalham na via humanitária.
Nossa posição sobre a Ucrânia é bem conhecida. As condições para a cessação imediata das hostilidades foram estabelecidas pelo presidente Vladimir Putin em junho deste ano em seu discurso no Ministério das Negócios Estrangeiros da Rússia.
☝️ É importante lembrar aqui que foi a Ucrânia que se recusou e continua se recusando a negociar. Além disso, Zelensky, por meio de seu decreto, proibiu a si mesmo e a sua administração de qualquer contato com a liderança russa. Essa posição deles não muda. Enquanto isso, para entrar em uma trajetória pacífica, Zelensky só precisa cancelar seu decreto e ordenar a retomada do diálogo com base nos acordos de Istambul e levando em conta as realidades locais.
Quanto aos números citados sobre as perdas de ambos os lados, é óbvio que eles são apresentados na interpretação ucraniana e refletem a posição oficial da Ucrânia. Os números reais das perdas são bem diferentes. As perdas ucranianas são várias vezes maiores do que as do lado russo.
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🎙 Entrevista do Vice-Ministro dos Negócios Estrangeiros da Federação da Rússia Sergey Ryabkov à agência de notícias TASS (17 de dezembro de 2024)
Principais pontos de discussão:
• Durante o ano da presidência russa do #BRICS quase todos os projetos foram realizados. Observo a resposta surpreendentemente positiva e enérgica a todas as iniciativas e propostas.
⚡️ O status de “país parceiro” implica a participação nos mecanismos do BRICS (em alguns casos, automaticamente, e em outros, por uma decisão de consenso separada dos países membros). E trazer suas próprias ideias, se os parceiros tiverem alguma, para o julgamento dos “veteranos” - mas sem participar da negociação de documentos e, é claro, da votação.
• O esquema que está agora sobre a mesa e que será implementado não é um esquema de substituição de dólares em todos os cálculos. É um esquema para criar um circuito adicional para funcionar em condições em que o canal principal e familiar do dólar falhe por motivos fora do controle dos BRICS.
🧠 A aliança no campo da inteligência artificial já está se tornando mais específica e tem um número de membros mais amplo do que o próprio BRICS. Essa é uma das iniciativas do nosso ano. As especificidades serão trabalhadas no modo de parceria público-privada.
• Estamos prontos para explicar a Trump e a qualquer outra pessoa que não estamos invadindo o dólar. Estamos tirando conclusões da política irresponsável e fundamentalmente falha que Washington tem adotado nessa área sob sucessivas administrações.
❗️ No BRICS, discutimos tudo o que diz respeito ao Médio Oriente . Certamente [a situação na Síria] também será objeto de consideração. Especialmente porque o BRICS estabeleceu há muito tempo um formato de consultas especializadas sobre o Oriente Médio no nível de vice-ministros das Relações Exteriores relevantes.
• Todos os países que recentemente apresentaram iniciativas com o objetivo de resolver a crise na Ucrânia de uma forma ou de outra, ligados ao BRICS. Eles são membros da associação ou, como esperamos, se tornarão parceiros em um futuro muito próximo.
🤝 A existência do BRICS é, de certa forma, um “raio de esperança” para aqueles que, na ausência do BRICS, provavelmente teriam mais dificuldade em formar uma política externa soberana com orientação nacional.
Principais pontos de discussão:
• Durante o ano da presidência russa do #BRICS quase todos os projetos foram realizados. Observo a resposta surpreendentemente positiva e enérgica a todas as iniciativas e propostas.
• O esquema que está agora sobre a mesa e que será implementado não é um esquema de substituição de dólares em todos os cálculos. É um esquema para criar um circuito adicional para funcionar em condições em que o canal principal e familiar do dólar falhe por motivos fora do controle dos BRICS.
🧠 A aliança no campo da inteligência artificial já está se tornando mais específica e tem um número de membros mais amplo do que o próprio BRICS. Essa é uma das iniciativas do nosso ano. As especificidades serão trabalhadas no modo de parceria público-privada.
• Estamos prontos para explicar a Trump e a qualquer outra pessoa que não estamos invadindo o dólar. Estamos tirando conclusões da política irresponsável e fundamentalmente falha que Washington tem adotado nessa área sob sucessivas administrações.
• Todos os países que recentemente apresentaram iniciativas com o objetivo de resolver a crise na Ucrânia de uma forma ou de outra, ligados ao BRICS. Eles são membros da associação ou, como esperamos, se tornarão parceiros em um futuro muito próximo.
🤝 A existência do BRICS é, de certa forma, um “raio de esperança” para aqueles que, na ausência do BRICS, provavelmente teriam mais dificuldade em formar uma política externa soberana com orientação nacional.
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Principais trechos:
#Multipolaridade #RússiaChina.
🇷🇺🇨🇳 A Rússia e a China representam de fato um fator de estabilização nas relações internacionais. Como exemplo do impacto positivo de Pequim e Moscou na parada internacional, citarei a interação do #BRICS.
A popularidade do BRICS é enorme. Delegações de 35 países e líderes de seis organizações multilaterais, incluindo as Nações Unidas, participaram da cúpula de Kazan. Essa representação fala da autoridade dessa estrutura, do crescente interesse na aproximação com a associação de outras organizações do Sul e do Leste Global, que aderem a uma linha independente nos assuntos internacionais.
❗️ Estou convencido de que o desenvolvimento sustentável do mundo multipolar é impossível sem o estabelecimento de interações entre essas associações de um novo tipo, onde não há “líderes” e “wingmen”, não há “chefes”, não há ordens a serem obedecidas, como vemos na União Europeia e na OTAN.
Espero que um mundo multipolar pressuponha a participação de nossos colegas ocidentais nesses processos. <...>
Promover a interação de informações dentro do BRICS é importante para fortalecer a posição da associação e do Sul Global em geral nas estruturas universais. Essas estruturas são a #ONU, a #ATEC, a #SCO, o G20 e outros formatos. Em todas elas, o nexo Rússia-China desempenha um papel importante e consolidador para os Estados do Sul Global.
#AméricaLatina
Estamos recebendo um sinal da grande maioria dos países latino-americanos de que eles estão interessados em fortalecer e expandir sua parceria com a Federação da Rússia.
Nossos laços são baseados na igualdade, no benefício mútuo e no respeito. Não há ideologia ou doutrinas, seja a Doutrina Monroe ou qualquer outra. <...>
🤝 Temos bons planos para o próximo ano. Estamos planejando uma série de visitas mútuas, desenvolvendo nossas relações não apenas bilateralmente, mas também com estruturas regionais como #SELAC, #ALBA, #CAIS, #MERCOSUR, #CARICOM e muitas outras. <...>
Apesar da pandemia do coronavírus e da guerra de sanções desencadeada pelo Ocidente, nosso volume de negócios com a América Latina é estável e tem se mantido estável nos últimos anos. Nossos principais parceiros comerciais são Brasil, México, Equador, Argentina, Colômbia e Chile. Estamos interessados em expandir nossas relações comerciais e de investimento com a Nicarágua e a Venezuela, que são as mais seriamente afetadas pelas sanções ilegais impostas pelos Estados Unidos.
Estamos implementando projetos bilaterais com vários países em diversas áreas, inclusive em alta tecnologia. Estamos interessados em que os países do continente fortaleçam seus contatos com a EAEU.
Atualmente, temos quase 5.000 estudantes latino-americanos estudando aqui com bolsas de estudo do Estado russo.
☝️ Entre as características únicas de nossa cooperação está o fato de que 27 dos 33 países da América Latina e do Caribe têm acordos de isenção de visto com a Rússia para nossos cidadãos. Esse é um recorde em termos percentuais em comparação com outras partes do mundo.
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🇷🇺 Entrevista do Embaixador da Federação da Rússia no Brasil, Alexey Labetskiy, ao Centro Analítico da TASS. (25 de dezembro, 2024)
Principais trechos:
🤝 O Brasil é um parceiro estratégico da Rússia. Nossas relações vêm se desenvolvendo de forma dinâmica há mais de duas décadas. Além disso, em todas as esferas - comercial e econômica, de investimentos, política, política externa, cultural e esportiva.
• Neste ano, os contatos políticos se desenvolveram de forma muito dinâmica, tanto em nível bilateral quanto nos formatos do #G20 e do #BRICS. Os ministros russos dos Negócios Estrangeiros, das Finanças e da Cultura, e o Procurador-Geral visitaram o Brasil durante esse período. Os parlamentares brasileiros participaram de todos os eventos parlamentares organizados no âmbito do BRICS. Altos representantes encarregados de questões de segurança se reuniram repetidamente.
• Quanto ao futuro próximo de nossas relações bilaterais, entendemos a necessidade de expandir ainda mais os formatos de cooperação política e econômica, incluindo investimentos.
❗️ Nossos parceiros no Ministério das Relações Exteriores do Brasil são diplomatas experientes, bem informados e pragmáticos, e a linha de política externa que eles seguem é uma defesa consistente dos princípios consagrados na Constituição Federal, princípios que eles vêm implementando há quase quatro décadas - ou seja, durante todo o recente período democrático do desenvolvimento do Estado brasileiro.
🌐 Basta olhar para o documento final do G20 para perceber o quanto ele realmente reflete o estado das coisas na arena internacional hoje, o quanto ele realmente corresponde às metas que os brasileiros declararam para sua presidência do G20. Essas metas são a luta contra a fome e a pobreza, a reforma da governança global, os avanços tecnológicos e assim por diante.
• A formação e a apresentação do BRICS em uma nova composição ampliada foi um desafio para a nossa presidência. Nós o vencemos com sucesso. A Declaração de Kazan captura todos os novos momentos do BRICS e a importância que a associação adquiriu no mundo global de hoje. BRICS, sem o qual hoje é impossível imaginar um mundo multipolar, sem o qual é impossível imaginar um novo sistema de governança global.
🇧🇷 Em essência, o Brasil moderno é uma superpotência regional capaz de exercer uma influência significativa e, às vezes, decisiva sobre o estado das coisas no mundo.
#RússiaBrasil
Principais trechos:
🤝 O Brasil é um parceiro estratégico da Rússia. Nossas relações vêm se desenvolvendo de forma dinâmica há mais de duas décadas. Além disso, em todas as esferas - comercial e econômica, de investimentos, política, política externa, cultural e esportiva.
• Neste ano, os contatos políticos se desenvolveram de forma muito dinâmica, tanto em nível bilateral quanto nos formatos do #G20 e do #BRICS. Os ministros russos dos Negócios Estrangeiros, das Finanças e da Cultura, e o Procurador-Geral visitaram o Brasil durante esse período. Os parlamentares brasileiros participaram de todos os eventos parlamentares organizados no âmbito do BRICS. Altos representantes encarregados de questões de segurança se reuniram repetidamente.
• Quanto ao futuro próximo de nossas relações bilaterais, entendemos a necessidade de expandir ainda mais os formatos de cooperação política e econômica, incluindo investimentos.
• A formação e a apresentação do BRICS em uma nova composição ampliada foi um desafio para a nossa presidência. Nós o vencemos com sucesso. A Declaração de Kazan captura todos os novos momentos do BRICS e a importância que a associação adquiriu no mundo global de hoje. BRICS, sem o qual hoje é impossível imaginar um mundo multipolar, sem o qual é impossível imaginar um novo sistema de governança global.
🇧🇷 Em essência, o Brasil moderno é uma superpotência regional capaz de exercer uma influência significativa e, às vezes, decisiva sobre o estado das coisas no mundo.
#RússiaBrasil
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#Resultados2024
🎙 Do discurso de Sergey Lavrov e respostas às perguntas da mídia durante a coletiva de imprensa sobre os principais resultados da diplomacia russa em 2024:
Principais trechos:
#Multipolaridade #Ocidente
• A atual etapa histórica é uma era de confronto entre aqueles que defendem os princípios fundamentais do direito internacional, a ordem <...> que está consagrada no documento jurídico internacional mais significativo - a Carta da ONU, e aqueles que não estão mais satisfeitos com essa Carta, que, após o fim da Guerra Fria, decidiram que é possível ser guiado não pela Carta da ONU, mas pelos desejos que estão se formando dentro do chamado “Ocidente político”, <...> [que] se opõem ao movimento pela multipolaridade.
• Fomos forçados a repelir a guerra lançada contra nós pelo “Ocidente coletivo” com o objetivo principal de suprimir outro concorrente, que a Rússia mais uma vez se mostrou ser na arena internacional. Seu principal objetivo é enfraquecer a Rússia em termos geopolíticos, criando ameaças militares diretas à Federação Russa em suas fronteiras, em seus territórios, em uma tentativa de minar nosso potencial estratégico.
🌐 A oposição ao ditame ocidental já foi restaurada em face das novas economias em ascensão, dos centros financeiros da China, Índia, ASEAN, do mundo árabe, da comunidade de Estados da América Latina e do Caribe, da Rússia e de seus aliados na EUU, CEI, OTSC, OSX e #BRICS.
• A rejeição da concorrência leal e o uso de métodos injustos e agressivos para suprimir os concorrentes se manifestam na política de sanções que os EUA e seus aliados tornaram a base de suas ações na arena internacional, inclusive em relação à Rússia.
• O Ocidente está estupefato com sua grandeza, sua impunidade, seu direito autoproclamado de governar o destino de todos os povos do mundo. Essa arrogância é uma atitude desprezível em relação ao resto do mundo.
#CSONU #ONU
• A reforma do Conselho de Segurança da ONU é necessária porque nem todos os países que têm responsabilidade especial na economia mundial, nas finanças, na política e nos arranjos militares estão representados [nesse órgão].
❗️ A Índia e o Brasil, de acordo com todos os parâmetros, há muito tempo merecem residência permanente no Conselho de Segurança da ONU, juntamente com uma decisão correspondente sobre a participação permanente da África. O Ocidente está tentando estragar esse processo, para garantir posições preferenciais para si mesmo.
#RússiaChina.
• A relação Rússia-China é um dos principais fatores de estabilização na vida internacional moderna e nos processos que estão se desenrolando, inclusive com o objetivo de fomentar o confronto e a hostilidade nos assuntos internacionais, o que é feito por nossos vizinhos da OTAN sob a liderança dos EUA, que sempre querem criar barreiras e semear a confusão, seja na Europa ou no Estreito de Taiwan, no Oriente Médio, na África. Seus esquemas simples são visíveis em todos os lugares.
• As estruturas que foram criadas com base na parceria russo-chinesa certamente pertencem às associações de um novo tipo, onde não há líderes nem liderados. Isso inclui a OCX, a EUU, que está harmonizando seus planos de integração com o Iniciativa do Cinturão e Rota da China, e o BRICS, que se tornou ainda mais forte desde a cúpula de Kazan.
🤝 Não queremos nos opor a ninguém, queremos que todos os países realizem negócios com base no respeito aos interesses de todos os seus parceiros. Essa é a posição comum de Moscou e Pequim.
#EUA #Ucrânia.
• Quando Donald Trump, ao se tornar presidente, formular uma posição sobre os assuntos ucranianos, nós a estudaremos. O que está sendo dito agora está sendo feito em preparação para a posse. O simples fato de as pessoas terem começado a mencionar as realidades no “terreno” é bem-vindo.
#RússiaSérvia.
• Estamos interessados em garantir que nossas relações com a Sérvia se baseiem exclusivamente nos interesses dos povos sérvio e russo, de nossos Estados, que coincidem na maioria das questões. Essas relações são ricas em acordos e projetos concretos.
🎙 Do discurso de Sergey Lavrov e respostas às perguntas da mídia durante a coletiva de imprensa sobre os principais resultados da diplomacia russa em 2024:
Principais trechos:
#Multipolaridade #Ocidente
• A atual etapa histórica é uma era de confronto entre aqueles que defendem os princípios fundamentais do direito internacional, a ordem <...> que está consagrada no documento jurídico internacional mais significativo - a Carta da ONU, e aqueles que não estão mais satisfeitos com essa Carta, que, após o fim da Guerra Fria, decidiram que é possível ser guiado não pela Carta da ONU, mas pelos desejos que estão se formando dentro do chamado “Ocidente político”, <...> [que] se opõem ao movimento pela multipolaridade.
• Fomos forçados a repelir a guerra lançada contra nós pelo “Ocidente coletivo” com o objetivo principal de suprimir outro concorrente, que a Rússia mais uma vez se mostrou ser na arena internacional. Seu principal objetivo é enfraquecer a Rússia em termos geopolíticos, criando ameaças militares diretas à Federação Russa em suas fronteiras, em seus territórios, em uma tentativa de minar nosso potencial estratégico.
• A rejeição da concorrência leal e o uso de métodos injustos e agressivos para suprimir os concorrentes se manifestam na política de sanções que os EUA e seus aliados tornaram a base de suas ações na arena internacional, inclusive em relação à Rússia.
• O Ocidente está estupefato com sua grandeza, sua impunidade, seu direito autoproclamado de governar o destino de todos os povos do mundo. Essa arrogância é uma atitude desprezível em relação ao resto do mundo.
#CSONU #ONU
• A reforma do Conselho de Segurança da ONU é necessária porque nem todos os países que têm responsabilidade especial na economia mundial, nas finanças, na política e nos arranjos militares estão representados [nesse órgão].
#RússiaChina.
• A relação Rússia-China é um dos principais fatores de estabilização na vida internacional moderna e nos processos que estão se desenrolando, inclusive com o objetivo de fomentar o confronto e a hostilidade nos assuntos internacionais, o que é feito por nossos vizinhos da OTAN sob a liderança dos EUA, que sempre querem criar barreiras e semear a confusão, seja na Europa ou no Estreito de Taiwan, no Oriente Médio, na África. Seus esquemas simples são visíveis em todos os lugares.
• As estruturas que foram criadas com base na parceria russo-chinesa certamente pertencem às associações de um novo tipo, onde não há líderes nem liderados. Isso inclui a OCX, a EUU, que está harmonizando seus planos de integração com o Iniciativa do Cinturão e Rota da China, e o BRICS, que se tornou ainda mais forte desde a cúpula de Kazan.
🤝 Não queremos nos opor a ninguém, queremos que todos os países realizem negócios com base no respeito aos interesses de todos os seus parceiros. Essa é a posição comum de Moscou e Pequim.
#EUA #Ucrânia.
• Quando Donald Trump, ao se tornar presidente, formular uma posição sobre os assuntos ucranianos, nós a estudaremos. O que está sendo dito agora está sendo feito em preparação para a posse. O simples fato de as pessoas terem começado a mencionar as realidades no “terreno” é bem-vindo.
#RússiaSérvia.
• Estamos interessados em garantir que nossas relações com a Sérvia se baseiem exclusivamente nos interesses dos povos sérvio e russo, de nossos Estados, que coincidem na maioria das questões. Essas relações são ricas em acordos e projetos concretos.
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